quinta-feira, 22 de julho de 2010

A ERA DO BAMBU



A espécie vegetal vulgarmente conhecida por bambu pertence a família das Gramíneas ou gramas, com aproximadamente 90 gêneros e 1500 espécies espalhadas pelo mundo, localizadas na sua maior parte na Ásia (62%), e nas Américas (34%), África e Oceania são os continentes que possuem menos número (4%) e, na Europa não tem espécies nativas.


A extrema versatilidade do bambu, que reúne numa mesma planta características, tão díspares como leveza e resistência, rápido crescimento, longa durabilidade, rigidez e maleabilidade, vem sendo explorada pelos orientais e asiáticos há milênios.

Sítios arqueológicos no Equador mostram que o bambu é utilizado há cerca de 5000 anos na América do Sul, primeiramente pelos indígenas. O artigo do Dr. J.J. Parsons na Geografical Review vol. 81:"Giant American Bamboo in the Vernacular Architecture of Colombia and Ecuador", de 1991 é didático no assunto. Pontes, cercas, barricadas, aquedutos e até prisões já foram feitas do bambu da espécie Guadua Angustifolia, preferido dos colombianos e equatorianos.

São tantas as aplicações para o bambu que fica difícil enumerá-las, existem mais de 1500 usos documentados.



Atualmente o apelo ecológico em favor da preservação das florestas tropicais é muito grande, e o bambu devido a sua versatilidade e rapidez de crescimento e potencial, tem sido visto com olhos merecedores.

O potencial socializador do bambu está cada vez mais sendo percebido como de importância vital no desenvolvimento de países "pobres". Existem recentes programas de habitação que utilizam bambu nos países do Equador, Colômbia e Costa Rica. Esses programas são o resultado do esforço de arquitetos e engenheiros latino-americanos como Oscar Hidalgo Lopes, Simon Velez e Ana Cecilia Chavez, cujo trabalho é internacionalmente reconhecido.




A facilidade de integração entre plantio, corte, transporte, manuseio e resitência leva este material a ser cogitado como a "madeira do século 21", como no artigo "Bamboo: Timber for the 21st century", Dr. Cherla B. Sastry.

Acredito que seja a matéria prima do Terceiro Milênio. A Ásia tropical e sub-tropical (China, Índia até o Japão), onde o bambu é mais cultivado, sua contribuição com o desenvolvimento da população é tão grande que os arqueologistas certamente estariam justificados se incorporassem em seus apontamentos históricos a definida "Era do Bambu", tão significativa quanto a Era da Pedra e do Bronze.



O bambu faz parte da lista das plantas das quais se aproveita tudo. O cultivo de bambu surge como oportunidade de bons negócios principalmente como matéria prima.

O que diferencia o bambu, de imediato, de outros materiais vegetais estruturais é a sua alta produtividade. Dois anos e meio após ter brotado do solo, o bambu possui resistência mecânica estrutural, não tendo portanto, neste aspecto, nenhum concorrente no reino vegetal. Somam-se às características favoráveis uma forma tubular acabada, estruturalmente estável, um peso específico baixo, uma geometria circular oca, otimizada em termos da razão resistência mecânica/peso do material. Os resultados destas características são baixo custo de produção, transporte e trabalhabilidade, que se revertem em diminuição dos custos das construções.



No caso de reflorestamentos, o bambu combate o efeito de borda da mata (desenvolvimento intenso de cipós e espécies invasoras). Rápido reflorestamente com espécies diversas ( evitando a monocultura ) para proteção de manancial de uma área muito degradada como um cordão para as árvores da Mata Atlântica (demoram 8 há 10 anos para crescerem e o bambu 3 anos) como uma espécie de prolongamento da reserva, aumentando a área da fauna.

As espécies mais comuns introduzidas são as asiáticas: Bambusa vulgares, Bambusa vulgares variedade vittata, Bambusa tuldóides, Dendrocalamus giganteus, Phyllostachys P. aurea e P. pubescens entre outras espécies menos comuns como as pertencentes aos gêneros Gigantochloa, Melocana e Guadua.

TEXTO DE : Juliano Lacerda
POSTADO POR: Ronisio Maia

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